Em pronunciamento na tribuna da
Câmara, a deputada federal Aline Corrêa (PP-SP) destacou a importância da 3ª
Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres, aberta nesta segunda-feira
em Brasília. A parlamentar progressista participa da atividade com a proposta
de "reforçar o compromisso de apoiar o governo federal a aprofundar as
políticas de igualdade de gênero em nosso País. Senhor Presidente, Senhoras e
Senhores Parlamentares, os meus cumprimentos".
Segundo Aline Corrêa, demandas
originadas das conferências estaduais que, por sua vez, ouviram os resultados
das ações em nível municipal, foram consolidadas em relatórios apresentados
pela Secretaria de Políticas para as Mulheres. "Estes documentos dividem
as demandas em quatro eixos de trabalho, definidos no Plano Nacional de
Políticas para as Mulheres: autonomias econômica, pessoal, cultural e política",
explicou a deputada.
"Uma das principais
propostas, vinda de praticamente todas as conferências estaduais, é a da
construção de mais creches nos municípios brasileiros ou a ampliação das
existentes. A ampliação de creches está diretamente ligada à autonomia
econômica das mulheres", avaliou Aline Corrêa.
Demandas
Confira os demais trechos do
discurso, que elenca as demandas apresentadas junto à Conferência Nacional de
Mulheres:
"Outra preocupação,
expressada nas conferências estaduais, é a grande quantidade de trabalhadoras
em situação informal no Brasil, principalmente em relação ao trabalho
doméstico, primordial ocupação feminina no país. Em 2009, segundo dados Retrato
das Desigualdades, 17,1% das mulheres brasileiras dedicavam-se ao trabalho
doméstico e apenas 26,4% delas tinham carteira assinada".
"As mulheres também querem
garantir igualdade na preparação da Copa de 2014 e das Olimpíadas de 2016. Por
isso, demandam o enfrentamento ao turismo da exploração sexual nos eventos e
também reivindicam investimentos em qualificação e intermediação de mão de obra
feminina para as obras de infraestrutura".
"Apesar dos avanços
conquistados nos últimos anos no enfrentamento à violência, as mulheres ainda
pedem a ampliação da rede de atendimento às vítimas e a garantia da aplicação
da Lei Maria da Penha".
"No eixo 'autonomia
cultural', o que pedimos junto ao governo federal é a erradicação do
analfabetismo feminino, principalmente entre as mulheres com mais de 60 anos,
que apresentam taxas maiores de analfabetismo se comparadas à população
masculina. De acordo com dados da PNAD/IBGE de 2009, a taxa de analfabetismo
para mulheres de 60 anos ou mais era de 29,4. A dos homens, no mesmo ano, era
de 25,9".
"Uma reforma política e
eleitoral que garanta a participação efetiva das mulheres na política também
foi assunto abordado nos encontros locais. As propostas discreparam entre cotas
eleitorais, listas fechadas, financiamento público de campanhas e utilização do
fundo partidário para capacitação política das mulheres".
"Enfim, todas essas
propostas que chegam à Conferência Nacional têm o poder de transformar o século
21 no século do empoderamento da mulher. A mulher que gera vida... que gera
esperança... e que gera amor. E que só pede, em troca, respeito. Era o que
tinha a destacar. Obrigada a todos".