Aline Corrêa*
Em 16
de outubro celebra-se o Dia Mundial da Alimentação, data instituída pela
Organização das Nações Unidas (ONU) para estimular iniciativas capazes de
resolver as questões relacionadas à fome, à subnutrição e à produção de
alimentos no mundo.
Atualmente,
a fome atinge cerca de 925 milhões de pessoas no mundo, sendo que 70% dessas
pessoas vivem em áreas rurais, justamente onde a agricultura é a principal
atividade econômica. Neste ano, portanto, o tema escolhido para a celebração do
Dia Mundial da Alimentação focaliza a contribuição das cooperativas agrícolas
para a redução da pobreza e da fome.
Cumpre,
com efeito, estimular o papel do cooperativismo na agricultura, silvicultura,
pesca e pecuária como instrumento fundamental para superar o problema representado
pela pobreza e pela fome.
De
acordo com estimativas da FAO, será preciso aumentar em 70% a produção de
alimentos até 2050, com a finalidade de garantir o sustento de uma população de
nove bilhões de pessoas.
Nesse
sentido, em relação ao Brasil, devemos também defender a adoção de medidas
destinadas ao fortalecimento das cooperativas, enfatizando ainda o necessário
cuidado para que o aumento da produção agrícola se verifique de forma
sustentável, ou seja, com o devido controle no uso de pesticidas e adubos e sem
causar degradação dos solos e dos recursos hídricos.
Vale
observar que, de acordo com a FAO, o número de pessoas subnutridas no Brasil
reduziu de 23 milhões (1990/92) para 13 milhões (2010/12). Somente nos últimos
três anos, houve uma redução de 15 milhões (2007/09) para 13 milhões (2010/12),
representando uma queda de 13% em duas décadas. Nesse período, a proporção de
subnutridos no Brasil caiu de 14,9% para 6,9% da população, dando cumprimento,
então, ao Primeiro Objetivo de Desenvolvimento do Milênio.
Segundo
o representante da FAO no Brasil, Helder Muteia: “O País tem dado passos
fundamentais para a erradicação da fome e tem sido exemplo para o resto do
mundo, por combinar estratégias de crescimento econômico e aumento da produção
agrícola com políticas públicas específicas de luta contra a fome como o
Programa Fome Zero e o Bolsa Família”.
A
propósito, o relatório sobre segurança alimentar no mundo, SOFI 2012, publicado
conjuntamente pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a
Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de desenvolvimento Agrícola (FIDA) e o
Programa Alimentar Mundial (PAM), assinala que a média de crescimento do PIB do
Brasil se recuperou nos últimos três anos depois de queda durante o ano de
2009, resultado da crise econômica mundial. Nos últimos dois anos, o PIB
brasileiro cresceu em média 5% em termos reais, fato que permitiu ao País
seguir reduzindo os indicadores da fome.
No
entanto, com o aumento da inflação em 2012, a expectativa dos analistas do
mercado é de que o PIB seja inferior ao registrado nos últimos anos, fato que
exigirá, por parte do Governo, maior empenho na tarefa de combate à fome e à
subnutrição.
Cabe,
portanto, diante do quadro atual e na oportunidade em que se celebra o Dia Mundial
da Alimentação, assinalar a urgência de intensificar a política de Estado
referente aos programas de segurança alimentar e nutricional, conferir efetivo
apoio às cooperativas agrícolas, desenvolver o trabalho das redes de
assistência social e defender a adoção das demais medidas indispensáveis para
garantir a devida proteção aos segmentos mais vulneráveis da população.
*
Deputada federal reeleita em 2010 pelo Partido Progressista.
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