No dia 5 de junho, última quarta-feira, o mundo celebrou o Dia
Mundial do Meio Ambiente. Estabelecida pela Organização das Nações
Unidas (ONU) em 1972, a data tem se tornado um importante instrumento
para estimular a consciência global sobre os danos causados pelo homem
ao meio ambiente.
Com o tema “Pensar. Comer. Conservar – Diga não ao desperdício”, a
campanha deste ano – promovida pelo Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente (PNUMA) em parceria com a Organização das Nações Unidas
para Alimentação e Agricultura (FAO) - pretende chamar a atenção para a
enorme quantidade de alimentos desperdiçada, constantemente, por
consumidores e comerciantes de todo o mundo. De acordo com a ONU, 1,3
bilhão de toneladas de comida são jogadas fora por ano, o que resulta
em um desperdício equivalente a 1 trilhão de dólares.
Segundo a FAO, uma em cada sete pessoas no mundo passa fome e mais de
20 mil crianças com menos de cinco anos morrem todos os dias vítimas da
desnutrição. Neste
sentido, a campanha “Pensar. Comer. Conservar” incentiva as pessoas a
pensarem no impacto ambiental de todas as escolhas relativas à
alimentação.
Hoje, a produção global de alimentos ocupa 25% das terras habitáveis,
é responsável por 70% do consumo de água potável, 80% do desmatamento e
por 30% das emissões de gases estufas. É preciso considerar, portanto,
que quando um alimento deixa de ser consumido, não estamos apenas
tirando comida das mãos de famintos, mas desperdiçando também todos os
recursos, sejam naturais ou financeiros, investidos na cadeia de
produção daquele alimento.
Em recente entrevista concedida à DW, o diretor-geral da FAO, Robert
van Otterdijk, garantiu que quando se trata de combater a perda e o
desperdício de alimentos, o Brasil pode ser citado como exemplo.
De acordo com Van Otterdijk, o projeto Fome Zero, que tem como objetivo garantir a segurança alimentar e nutricional da população nacional, é famoso em todo o mundo.
O diretor cita ainda que outros 30 programas complementares foram
criados no país e que, juntas, essas iniciativas reduziram a desnutrição
crônica no Brasil em 30%, com melhorias nas condições de vida e aumento
da geração de renda em muitas das áreas mais pobres do Brasil.
Sem dúvida, sermos reconhecidos como líderes na luta contra o
desperdício é algo a se comemorar. No entanto, que sirva apenas para
entendermos que estamos no caminho no certo, mas que ainda há uma longa
estrada a percorrer.
Por isso, hoje, gostaria de chamar a atenção para a responsabilidade
colocada nas mãos de cada um de nós: cidadãos, pais, mães, tios, avós,
professores e mestres. É preciso entender que é imprescindível que
sejamos exemplos de conduta, dedicando nossos esforços na luta pela
conscientização de que o desperdício de alimentos é um enorme consumidor
de recursos naturais e um contribuinte para impactos negativos ao meio
ambiente.
Por fim, afirmo que para que sejamos vitoriosos nesta luta, que
inclui o desafio de alimentar 7 bilhões de pessoas em todo o mundo, é
indispensável contar com o envolvimento de diferentes classes e
segmentos de nossa sociedade: famílias, supermercados, restaurantes,
cadeias hoteleiras, escolas, clubes, CEOs, prefeitos e líderes nacionais
e mundiais.
Espero que com nossos exemplos possamos contagiar os que vivem ao
nosso redor e que, com as ferramentas colocadas nas mãos de cada um de
nós, possamos desenvolver ações em prol da conscientização dos
brasileiros para que, assim, possamos reduzir o desperdício, economizar
recursos, minimizar o impacto ambiental e forçar mudanças nos processos
de produção de alimentos para torná-los cada vez mais eficientes.
Aline Corrêa
Deputada Federal
Aline Corrêa
Deputada Federal
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