sexta-feira, 18 de maio de 2012

Em discurso na Câmara, Aline Corrêa defende motofretistas e propõe cursos “mais rigorosos”


 A deputada federal Aline Corrêa (PP-SP), considerada pelo SindimotoSP como “a madrinha dos motofretistas no estado de São Paulo”, fez pronunciamento na Câmara Federal esta semana em defesa da categoria. No entanto, elencou uma série de providências que devem ser adotadas para ampliar a segurança nas ruas das grandes cidades, como “a necessidade de estabelecer cursos de habilitação rigorosos para candidatos a , com formação e avaliação ambientadas às condições do trânsito”.

 Citando dados do “mapa da violência 2012”, minucioso levantamento feito pelo Instituto Sangari, que confere ao Brasil o título de vice-campeão mundial em número de vítimas fatais em acidentes com motos, Aline Corrêa afirmou que “até o final deste ano, 13 mil motociclistas morrerão nas ruas e avenidas deste país, vítimas de uma verdadeira guerra que custa R$ 30 bilhões por ano no atendimento às vítimas dos acidentes de trânsito”.

 “Quando o recorte dessa realidade foca exclusivamente as motocicletas, a violência é tão grande, que dessas 13 mil vítimas projetadas, 40% delas sucumbirão no local do acidente”, destacou a parlamentar progressista. “Segundo o sociólogo Julio Jocobo, coordenador do Mapa da Violência 2012, a taxa de mortalidade sobre duas rodas aumentou, nos últimos 15 anos, inacreditáveis 846,5%”, completou Aline.

Mito derrubado
 O estudo citado por Aline Corrêa foi realizado a partir da avaliação de 1 milhão de certidões de óbito e traz o maior e o mais completo retrato sobre os acidentes de trânsito no país. “O elogiável trabalho derruba também um mito comum nas grandes cidades. Em São Paulo, por exemplo, engana-se quem associa os acidentes com motocicletas aos motoboys - que prefiro chamar de motofretistas, em razão da importância que representam para a economia da cidade”, defendeu a deputada.

 A maioria dos brasileiros que andam sobre duas rodas (40% do total) o faz para substituir o transporte público. Em segundo lugar, aparecem os que usam a moto para o lazer (19% do total). Os motofretistas surgem na terceira posição da pesquisa, que revelou que 16% das pessoas usam as motociclistas como instrumentos de trabalho. Praticamente todo o restante, usa o veículo em substituição ao automóvel e também estão vulneráveis à violência do trânsito.

 “Com o crescimento impressionante da classe média, o Brasil testemunha outro crescimento não menos impressionante: o do número de motos. São 18,5 milhões em circulação – metade do total de carros. Dentro de quatro anos, a quantidade de motos rodando deve ultrapassar a de carros. Urge, portanto, Nobres Pares, que esta Casa, apresente instrumentos que regulamentem comportamentos no trânsito e que vão além da lei da exigência de capacetes”, afirmou Aline Corrêa, durante seu pronunciamento.

Bandeiras
 A deputada Aline Corrêa apresentou bandeiras de luta, que também pertencem ao SindimotoSP, entidade que ela considera “legítima representante dos motociclistas, ciclistas e mototaxistas de São Paulo e região”.

 “Dentre essas bandeiras, destacam a necessidade de estabelecer cursos de habilitação rigorosos, com formação e avaliação ambientadas às condições do trânsito. Hoje, infelizmente, as aulas contemplam testes em locais distantes do trânsito, cuja exigência se limita a acelerar e frear a moto, fazer uma curva e estacionar”, alertou a deputada progressita.

 Aline acrescentou: “Também defendo a definição de faixas onde as motos devem trafegar. Hoje ela pode circular na mesma pista dos carros ou no meio dos automóveis e, o que é mais grave, na mesma velocidade dos automóveis. Um cenário tão surreal que sequer existe um sistema de avaliação periódica das condições das motocicletas, outra tarefa a se realizar”.

 “Além de tudo o que foi dito, Senhoras Deputadas e Senhoras Deputados, é imperioso também criarmos uma regulamentação mais rigorosa para a atividade dos motofretistas, com treinamento específico e definição do vestuário. Hoje as empresas não são obrigadas a oferecer orientações próprias para esse tipo de condutor. Era o que tinha a alertar. Muito obrigada”, completou a parlamentar.

Legenda: A deputada federal Aline Corrêa com o presidente do SindimotoSP, Gilberto Almeida dos Santos, entidade que a declarou “madrinha dos motofretistas”

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