quarta-feira, 28 de abril de 2010

Publicidade infantil: "Queremos convidar o mercado publicitário a refletir sobre o futuro do país", destaca Aline Corrêa


A Comissão de Seguridade Social e Família realizou audiência na terça-feira (27), às 14 horas, para debater o Projeto de Lei 4315/08, do deputado Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ), que dobra a pena prevista para os casos de publicidade enganosa ou abusiva quando dirigida a crianças. A audiência foi sugerida pela relatora da proposta na comissão, deputada Aline Corrêa (PP-SP).

Atualmente, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/90) sujeita aqueles que fizerem afirmação falsa ou enganosa, ou omitirem informação relevante sobre a natureza, característica, qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços anunciados à pena de detenção.

Destina-se a crimes tanto culposos (sem intenção) quanto dolosos (com intenção). Na prática, não existe hoje diferença essencial entre detenção e reclusão. A lei, porém, usa esses termos como índices ou critérios para a determinação dos regimes de cumprimento de pena. Se a condenação for de reclusão, a pena é cumprida em regime fechado, semi-aberto ou aberto.

Na detenção, cumpre-se em regime semi-aberto ou aberto, salvo a hipótese de transferência excepcional para o regime fechado. Há ainda prisão simples, prevista para as contravenções penais e pode ser cumprida nos regimes semi-aberto ou aberto. de três meses a um ano e multa.

Aline Corrêa ressalta que o principal objetivo do debate é tentar definir de forma clara o que seria impróprio na publicidade para crianças e, a partir daí, estabelecer as penas a serem aplicadas em caso de abuso. "No Brasil, ainda não temos nenhuma regulamentação. Não existe um limite claro do que seja abusivo", destaca.

Marcas e nomes

A parlamentar ressalta, por exemplo, que pesquisas relacionam o sobrepeso de crianças — 30% desse público estariam acima do peso — à propaganda de produtos alimentícios. "Pesquisas britânicas demonstram que 70% das crianças de três anos reconhecem o símbolo do McDonald´s, mas ainda não sabem os seus sobrenomes", afirma.

Ao debater o assunto, Aline Corrêa diz que a intenção é "convidar o mercado publicitário a refletir sobre o futuro do país". "O que queremos é que a publicidade tenha compromisso com a formação do indivíduo. Afinal, a televisão conversa mais com a criança do que os pais", argumenta.

Participantes

Para a audiência, foram convidados:

- o coordenador do Grupo de Trabalho de Comunicação Social da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão, Marcus Macedo;

- o vice-presidente do Conselho de Autorregulamentação Publicitária (Conar), Edney Narchi;

- o presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade, Luiz de Alencar Lara;

- a conselheira do Conselho Federal de Psicologia, Roseli Goffman;

- e a coordenadora do Projeto Criança e Consumo do Instituto Alana, de São Paulo, Isabella Henriques.


(Fonte: www.pp.org.br)

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