quarta-feira, 21 de abril de 2010

Salto relembra sessão solene em homenagem a Anselmo Duarte no dia em que o cineasta completaria 90 anos


O ator, roteirista e cineasta Anselmo Duarte (Salto, 21 de abril de 1920 - São Paulo, 7 de novembro de 2009) foi homenageado no final do ano passado pela Câmara dos Deputados, com sessão solene realizada no Plenário Ulysses Guimarães por iniciativa da deputada Aline Corrêa (PP-SP). Se estivesse vivo, um dos mais importantes nomes do cinema nacional completaria nesta quarta-feira, 21 de abril, 90 anos de idade.

Cópias do DVD com imagens da sessão especial do Congresso Nacional estão sendo enviadas para órgãos de comunicação e familiares de Anselmo Duarte, que começou no cinema como figurante no inacabado filme de Orson Welles no Brasil, "It's All True" (1942), e que 20 anos mais tarde conquistaria o mundo com a Palma de Ouro e o Prêmio Especial do Júri no Festival de Cannes com “O Pagador de Promessas” (1962).

O mais premiado filme da carreira de Anselmo Duarte também concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro. O cineasta dirigiu outros clássicos do cinema nacional, como “Absolutamente Certo” e “Vereda da Salvação”, mas, devido a divergências ideológicas com a turma do Cinema Novo, sua carreira entrou em declínio.

Em mais de quatro décadas dedicadas ao cinema, Duarte dirigiu alguns dos maiores nomes da dramaturgia brasileira, como Lima Duarte, Glória Menezes e Grande Otelo. Seu último trabalho no cinema foi como ator no filme “Brasa adormecida” (1987), de Djalma Limongi Batista, que também tem no elenco Maitê Proença, Edson Celulari e Sérgio Mamberti.

A autora da proposta de homenagear Anselmo Duarte, a deputada federal, Aline Corrêa destacou a importância do cineasta para a cultura nacional.  A atuação de Anselmo no cinema, como ator, diretor ou roterista, é composta por 47 filmes.

Até 2009, a única Palma de Ouro conseguida por um filme brasileiro no Festival de Cannes, o mais importante do gênero no planeta, foi por “O Pagador de Promessas”, em 1962. O longa, protagonizado por Leonardo Vilar e Glória Menezes, foi dirigido por Anselmo Duarte.

Trajetória
Nascido em Salto, município próximo a Itu, no interior de São Paulo, Anselmo Duarte Bento mudou-se para o Rio nos anos 40. Atuou em “Inconfidência Mineira”, de Carmen Santos, em que teve pequena participação, mas virou astro ao atuar em “Querida Suzana”, dirigido por Alberto Pieralisi.

Marcou presença em importantes momentos da história do cinema brasileiro. Já considerado um galã, nas décadas de 40 e 50 fez parte da Atlântida carioca (“Carnaval no Fogo”, “Aviso aos Navegantes”) e da Vera Cruz, em São Paulo (“Tico Tico no Fubá”, “Apassionata, Veneno”).

Trabalhou como co-produtor e ator em “Depois Eu Conto” (de José Carlos Burle), mas sonhava mesmo ser o criador de obras cinematográficas. E foi com Watson Macedo que aprendeu bastante, escrevendo argumentos e roteiros. Dirigiu o curta-metragem “Fazendo Cinema”, enquanto atuava nas filmagens de “Arara Vermelha”, de Tom Payne.

Foi casado com a estrela Ilka Soares entre 1949 e 1956, com quem teve dois filhos. Sua estréia na direção se deu em 1957, na boa comédia “Absolutamente Certo”, estrelada por Dercy Gonçalves. Nessa produção, Anselmo demonstrou o talento na função, que seria confirmado cinco anos depois em seu segundo trabalho.

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