segunda-feira, 10 de junho de 2013

Artigo: Não ao desperdício de alimentos


No dia 5 de junho, última quarta-feira, o mundo celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente. Estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1972,  a data tem se tornado um importante instrumento para estimular a consciência global sobre os danos causados pelo homem ao meio ambiente.

Com o tema “Pensar. Comer. Conservar – Diga não ao desperdício”, a campanha deste ano – promovida pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) em parceria com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) - pretende chamar a atenção para a enorme quantidade de alimentos desperdiçada, constantemente, por consumidores e comerciantes de todo o mundo. De acordo com a ONU, 1,3 bilhão de toneladas de comida são jogadas fora por ano, o que resulta em um desperdício equivalente a 1 trilhão de dólares.

Segundo a FAO, uma em cada sete pessoas no mundo passa fome e mais de 20 mil crianças com menos de cinco anos morrem todos os dias vítimas da desnutrição. Neste sentido, a campanha “Pensar. Comer. Conservar” incentiva as pessoas a pensarem no impacto ambiental de todas as escolhas relativas à alimentação.

Hoje, a produção global de alimentos ocupa 25% das terras habitáveis, é responsável por 70% do consumo de água potável, 80% do desmatamento e por 30% das emissões de gases estufas.  É preciso considerar, portanto, que quando um alimento deixa de ser consumido, não estamos apenas tirando comida das mãos de famintos, mas desperdiçando também todos os recursos, sejam naturais ou financeiros, investidos na cadeia de produção daquele alimento.

Em recente entrevista concedida à DW, o diretor-geral da FAO, Robert van Otterdijk, garantiu que quando se trata de combater a perda e o desperdício de alimentos, o Brasil pode ser citado como exemplo.

De acordo com Van Otterdijk, o projeto Fome Zero, que tem como objetivo garantir a segurança alimentar e nutricional da população nacional, é famoso em todo o mundo.

O diretor cita ainda que outros 30 programas complementares foram criados no país e que, juntas, essas iniciativas reduziram a desnutrição crônica no Brasil em 30%, com melhorias nas condições de vida e aumento da geração de renda em muitas das áreas mais pobres do Brasil.

Sem dúvida, sermos reconhecidos como líderes na luta contra o desperdício é algo a se comemorar. No entanto, que sirva apenas para entendermos que estamos no caminho no certo, mas que ainda há uma longa estrada a percorrer.

Por isso, hoje, gostaria de chamar a atenção para a responsabilidade colocada nas mãos de cada um de nós: cidadãos, pais, mães, tios, avós, professores e mestres. É preciso entender que é imprescindível que sejamos exemplos de conduta, dedicando nossos esforços na luta pela conscientização de que o desperdício de alimentos é um enorme consumidor de recursos naturais e um contribuinte para impactos negativos ao meio ambiente.

Por fim, afirmo que para que sejamos vitoriosos nesta luta, que inclui o desafio de alimentar 7 bilhões de pessoas em todo o mundo, é indispensável contar com o envolvimento de diferentes classes e segmentos de nossa sociedade: famílias, supermercados, restaurantes, cadeias hoteleiras, escolas, clubes, CEOs, prefeitos e líderes nacionais e mundiais.

Espero que com nossos exemplos possamos contagiar os que vivem ao nosso redor e que, com as ferramentas colocadas nas mãos de cada um de nós, possamos desenvolver ações em prol da conscientização dos brasileiros para que, assim, possamos reduzir o desperdício, economizar recursos, minimizar o impacto ambiental e forçar mudanças nos processos de produção de alimentos para torná-los cada vez mais eficientes.

Aline Corrêa
Deputada Federal

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